Na grandiosidade da Bíblia, a incredulidade se apresenta como um obstáculo à fé, um questionamento que pode abalar a crença e distanciar o indivíduo da experiência plena da graça divina. Através da profunda compreensão da incredulidade bíblica, encontramos a chave para fortalecer nossa fé, superar dúvidas e aprofundar nossa relação com Deus.
O que significa incredulidade na Bíblia?
- Ausência de fé: A incredulidade na Bíblia se refere à ausência de fé em Deus, em suas promessas e em sua obra redentora. Ela pode se manifestar de diversas formas, como a negação da existência de Deus, a dúvida sobre sua palavra ou a recusa em aceitar Jesus Cristo como Senhor e Salvador.
- Dúvida e questionamentos: A incredulidade também se manifesta através de dúvidas e questionamentos sobre a fé. É natural que, em algum momento da vida, o cristão se depare com questionamentos sobre a existência de Deus, o sofrimento no mundo ou a justiça divina.
- Falta de confiança em Deus: A incredulidade pode estar enraizada na falta de confiança em Deus. O indivíduo incrédulo pode ter dificuldade em crer que Deus o ama, cuida dele e tem um plano perfeito para sua vida.
Exemplos de incredulidade na Bíblia:
- Tomás, o Apóstolo: Tomás, um dos apóstolos de Jesus, inicialmente duvidou da ressurreição de Cristo. Ele só acreditou quando pôde tocar em suas feridas (João 20:24-29).
- O Povo Hebreu no Deserto: O povo hebreu, durante a peregrinação pelo deserto, frequentemente duvidou da fidelidade e do poder de Deus, mesmo após ter testemunhado milagres extraordinários (Êxodo 17, Números 14, Salmos 78).
- Os Fariseus: Os fariseus, líderes religiosos da época de Jesus, eram céticos em relação à sua mensagem e milagres. Eles questionavam sua autoridade divina e buscavam sinais para confirmar sua fé (Marcos 8:11-12, João 7:21-22).
Consequências da incredulidade:
- Afastamento de Deus: A incredulidade pode levar o indivíduo a se afastar de Deus, impedindo-o de experimentar a plenitude da graça divina e da comunhão com o Pai.
- Dificuldades na vida espiritual: A dúvida e a falta de fé podem gerar dificuldades na vida espiritual, tornando o crescimento e a maturidade espiritual mais desafiadores.
- Vulnerabilidade à tentação: A incredulidade pode tornar o indivíduo mais vulnerável à tentação, pois o afasta da proteção e da orientação divina.
Como superar a incredulidade:
- Fé em Jesus Cristo: O primeiro passo para superar a incredulidade é ter fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Isso significa reconhecer que Jesus é o Filho de Deus, que morreu na cruz por nossos pecados e que ressuscitou dos mortos para nos dar a vida eterna.
- Leitura da Bíblia: A leitura da Bíblia nos fornece sabedoria, orientação e exemplos de como superar a incredulidade. Através da palavra de Deus, podemos fortalecer nossa fé e encontrar respostas para nossas dúvidas.
- Oração e comunhão com Deus: A oração e a comunhão com Deus nos fortalecem espiritualmente e nos ajudam a superar a incredulidade. Através da oração, podemos buscar a orientação divina, expressar nossas dúvidas e fortalecer nossa fé.
- Relacionamento com outros cristãos: A comunidade cristã pode nos apoiar e incentivar em nossa jornada para superar a incredulidade. Compartilhar experiências, buscar conselhos e orar uns pelos outros fortalecem nossa fé e nos ajudam a perseverar na busca por uma vida de fé autêntica.
- Buscar ajuda profissional: Se a incredulidade estiver causando sofrimento significativo, buscar ajuda profissional de um psicólogo cristão ou um pastor experiente pode ser necessário.
Salmo 78
1 Povo meu, escute o meu ensino; incline os ouvidos para o que eu tenho a dizer.
2 Em parábolas abrirei a minha boca, proferirei enigmas do passado;
3 o que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram.
4 Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.
5 Ele decretou estatutos para Jacó, e em Israel estabeleceu a lei, e ordenou aos nossos antepassados que a ensinassem aos seus filhos,
6 de modo que a geração seguinte a conhecesse, e também os filhos que ainda nasceriam, e eles, por sua vez, contassem aos seus próprios filhos.
7 Então eles porão a confiança em Deus; não esquecerão os seus feitos e obedecerão aos seus mandamentos.
8 Eles não serão como os seus antepassados, obstinados e rebeldes, povo de coração desleal para com Deus, gente de espírito infiel.
9 Os homens de Efraim, flecheiros armados, viraram as costas no dia da batalha;
10 não guardaram a aliança de Deus e se recusaram a viver de acordo com a sua lei.
11 Esqueceram o que ele tinha feito, as maravilhas que lhes havia mostrado.
12 Ele fez milagres diante dos seus antepassados, na terra do Egito, na região de Zoã.
13 Dividiu o mar para que pudessem passar; fez a água erguer-se como um muro.
14 Ele os guiou com a nuvem de dia e com a luz do fogo de noite.
15 Fendeu as rochas no deserto e deu-lhes tanta água como a que flui das profundezas;
16 da pedra fez sair regatos e fluir água como um rio.
17 Mas contra ele continuaram a pecar, revoltando-se no deserto contra o Altíssimo.
18 Deliberadamente puseram Deus à prova, exigindo o que desejavam comer.
19 Duvidaram de Deus, dizendo: “Poderá Deus preparar uma mesa no deserto?
20 Sabemos que, quando ele feriu a rocha, a água brotou e jorrou em torrentes. Mas conseguirá também dar-nos de comer? Poderá suprir de carne o seu povo?”
21 O Senhor os ouviu e enfureceu-se; com fogo atacou Jacó, e sua ira levantou-se contra Israel,
22 pois eles não creram em Deus nem confiaram no seu poder salvador.
23 Contudo, ele deu ordens às nuvens e abriu as portas dos céus;
24 fez chover maná para que o povo comesse, deu-lhe o pão dos céus.
25 Os homens comeram o pão dos anjos; enviou-lhes comida à vontade.
26 Enviou dos céus o vento oriental e pelo seu poder fez avançar o vento sul.
27 Fez chover carne sobre eles como pó, bandos de aves como a areia da praia.
28 Levou-as a cair dentro do acampamento, ao redor das suas tendas.
29 Comeram à vontade, e assim ele satisfez o desejo deles.
30 Mas, antes de saciarem o apetite, quando ainda tinham a comida na boca,
31 acendeu-se contra eles a ira de Deus; e ele feriu de morte os mais fortes dentre eles, matando os jovens de Israel.
32 A despeito disso tudo, continuaram pecando; não creram nos seus prodígios.
33 Por isso ele encerrou os dias deles como um sopro e os anos deles em repentino pavor.
34 Sempre que Deus os castigava com a morte, eles o buscavam; com fervor se voltavam de novo para ele.
35 Lembravam-se de que Deus era a sua Rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor.
36 Com a boca o adulavam, com a língua o enganavam;
37 o coração deles não era sincero; não foram fiéis à sua aliança.
38 Contudo, ele foi misericordioso; perdoou-lhes as maldades e não os destruiu. Vez após vez conteve a sua ira, sem despertá-la totalmente.
39 Lembrou-se de que eram meros mortais, brisa passageira que não retorna.
40 Quantas vezes mostraram-se rebeldes contra ele no deserto e o entristeceram na terra solitária!
41 Repetidas vezes puseram Deus à prova; irritaram o Santo de Israel.
42 Não se lembravam da sua mão poderosa, do dia em que os redimiu do opressor,
43 do dia em que mostrou os seus prodígios no Egito, as suas maravilhas na região de Zoã,
44 quando transformou os rios e os riachos dos egípcios em sangue, e eles não mais conseguiam beber das suas águas,
45 e enviou enxames de moscas que os devoraram, e rãs que os devastaram;
46 quando entregou as suas plantações às larvas, a produção da terra aos gafanhotos,
47 e destruiu as suas vinhas com a saraiva e as suas figueiras bravas com a geada;
48 quando entregou o gado deles ao granizo, os seus rebanhos aos raios;
49 quando os atingiu com a sua ira ardente, com furor, indignação e hostilidade, com muitos anjos destruidores.
50 Abriu caminho para a sua ira; não os poupou da morte, mas os entregou à peste.
51 Matou todos os primogênitos do Egito, as primícias do vigor varonil das tendas de Cam.
52 Mas tirou o seu povo como ovelhas e o conduziu como a um rebanho pelo deserto.
53 Ele os guiou em segurança, e não tiveram medo; e os seus inimigos afundaram-se no mar.
54 Assim os trouxe à fronteira da sua terra santa, aos montes que a sua mão direita conquistou.
55 Expulsou nações que lá estavam, distribuiu-lhes as terras por herança e deu suas tendas às tribos de Israel para que nelas habitassem.
56 Mas eles puseram Deus à prova e foram rebeldes contra o Altíssimo; não obedeceram aos seus testemunhos.
57 Foram desleais e infiéis, como os seus antepassados, confiáveis como um arco defeituoso.
58 Eles o irritaram com os altares idólatras; com os seus ídolos lhe provocaram ciúmes.
59 Sabendo-o Deus, enfureceu-se e rejeitou totalmente Israel;
60 abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda onde habitava entre os homens.
61 Entregou o símbolo do seu poder ao cativeiro e o seu esplendor nas mãos do adversário.
62 Deixou que o seu povo fosse morto à espada, pois enfureceu-se com a sua herança.
63 O fogo consumiu os seus jovens, e as suas moças não tiveram canções de núpcias;
64 os sacerdotes foram mortos à espada! As viúvas já nem podiam chorar!
65 Então o Senhor despertou como que de um sono, como um guerreiro despertado do domínio do vinho.
66 Fez retroceder a golpes os seus adversários e os entregou a permanente humilhação.
67 Também rejeitou as tendas de José e não escolheu a tribo de Efraim;
68 ao contrário, escolheu a tribo de Judá e o monte Sião, o qual amou.
69 Construiu o seu santuário como as alturas; como a terra o firmou para sempre.
70 Escolheu o seu servo Davi e o tirou do aprisco das ovelhas,
71 do pastoreio de ovelhas, para ser o pastor de Jacó, seu povo, de Israel, sua herança.
72 E de coração íntegro Davi os pastoreou; com mãos experientes os conduziu.