Jesus Cristo é reconhecido como o Messias e o Salvador pelos seguidores da fé cristã, sendo considerado o fundador da igreja cristã. Ele é reverenciado como Senhor por aqueles que creem nele, exercendo um impacto significativo mesmo sobre aqueles que não compartilham dessa crença.
Os relatos da vida, obra e ensinamentos de Jesus Cristo são detalhados na Bíblia, especialmente nos Evangelhos, cada um oferecendo uma perspectiva única sobre sua pessoa. Mateus o retrata como o Rei prometido ao povo judeu, enquanto Marcos destaca sua natureza servil. Lucas ressalta sua compaixão e generosidade para com os menos favorecidos, e João enfatiza o amor presente no relacionamento com Jesus. Apesar das diferentes abordagens, todos concordam sobre a soberania de Jesus como Senhor supremo.
A narrativa dos Evangelhos abarca desde a encarnação de Cristo até sua morte na cruz, culminando na sua ressurreição gloriosa. A mensagem central da vida de Cristo gira em torno do evento da cruz e sua subsequente vitória sobre a morte.
O Evangelho de João se inicia com uma alusão à Palavra (João 1:1), destacando a gloriosa visão de Jesus, cuja existência remonta antes da criação (1:2). Ele participou ativamente do processo criativo (1:3). No entanto, o nascimento de Jesus foi marcado tanto pela humildade quanto pela revelação. A luz irradiou, mas a humanidade optou por permanecer na escuridão (1:4-5, 10).
Mateus e Lucas relatam que Jesus Cristo foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu de Maria, uma virgem. Para ser simultaneamente divino e humano, Jesus não poderia ter nascido de forma natural. Esse nascimento miraculoso, profetizado por Isaías e Acaz (Isaías 7:10-14), é crucial para a narrativa de Jesus, evidenciando sua Encarnação e divindade. O evento do nascimento virginal é central para estabelecer que Cristo era verdadeiramente Deus. Jesus cresceu em Nazaré e, aos 12 anos, foi encontrado no templo, discutindo com os doutores da lei.
João Batista percorreu o deserto, exortando as pessoas ao arrependimento e ao batismo (Mateus 3:1-6), anunciando a iminência do reino (Mateus 3:2). Essa mesma mensagem foi adotada por Jesus no início de seu ministério (Mateus 4:17), indicando que a obra de João Batista desempenhou um papel na preparação para o ministério público de Jesus. O batismo, também, desempenhou um papel importante nessa preparação, embora João tenha reconhecido que Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Mateus 3:11). João foi central no primeiro ato público de Jesus – seu desejo de ser batizado (Mateus 3:13-15; Lucas 3:21).
Jesus veio ao mundo com uma missão específica e, apesar de ser sem pecado, decidiu se submeter ao batismo para demonstrar sua prontidão em assumir os pecados da humanidade. O batismo é um símbolo da morte para o pecado, sepultamento dos velhos caminhos e ressurreição para uma nova vida em Cristo. Ele representa uma transformação interna manifestada externamente. O momento crucial do batismo de Jesus ocorreu quando uma voz celestial ecoou, expressando prazer no Filho amado (Mateus 3:17). Esse pronunciamento divino marcou o início oficial do ministério de Jesus, com o Pai concedendo total aprovação à sua missão. Além disso, o Espírito Santo foi manifestado simbolicamente na forma de uma pomba (Mateus 3:16), destacando outro aspecto significativo deste evento.
O batismo de Jesus mostrou a natureza de sua missão. A tentação mostrou a natureza do ambiente em que exerceria seu ministério (Mateus 4:1; Lucas 4:1-2). A confrontação com forças espirituais adversas ocorreu em várias situações e a todas Jesus rebateu com as Escrituras.
Desenvolvido ao longo de um breve período de três anos, o ministério de Jesus foi marcado por uma intensidade notável, durante o qual ele compartilhou uma convivência profunda com os discípulos que selecionou (Mateus 4:18-22; Marcos 1:16-20; Lucas 5:1-11), testemunharam seus milagres (João 2:1-10), presenciaram suas curas (Mateus 8:1-9:34), absorveram seus sermões (Mateus 5:1-7:29), acompanharam seus encontros desafiadores com pecadores (João 2:13-16; João 4:1-42; João 3) e líderes religiosos (Mateus 21:23-22:45), bem como participaram de suas visitas a amigos (João 11; Mateus 26:6), enfrentaram sua perseguição (Mateus 12:1-14; Lucas 13:10-17; João 5:9-18), compartilharam seu sofrimento (Mateus 27:27-44) e testemunharam sua morte (Mateus 27:45-50).
Preocupados com a crescente popularidade de Jesus, os líderes religiosos procuravam encontrar falhas nele. Jesus começou a preparar seus discípulos, instruindo-os sobre eventos vindouros, especialmente o fim do mundo. Ele reafirmou a certeza de sua segunda vinda e mencionou diversos sinais que a antecederiam (Mateus 24-25; Marcos 13; Lucas 21). Desafiou-os a permanecerem vigilantes (Mateus 25:13) e diligentes (Mateus 25:14-30), preparando-os para os eventos que culminariam na prisão, julgamento, sofrimento e crucificação que estavam por vir.
Na noite anterior à sua prisão, porém, tomou com eles a Ceia do Senhor e lhes explicou o significado da sua morte (Mateus 26:26-30; Marcos 14:22-25; Lucas 22:19-20; 1 Coríntios 11:23-26). Através do pão e do vinho, que simbolizavam seu corpo partido e seu sangue derramado pelos pecadores, instituiu um memorial que selava uma nova aliança.
Naquela refeição, estava presente também o traidor, Judas, que posteriormente o entregaria aos soldados e autoridades (Mateus 26:21-25; Marcos 14:18-21; Lucas 22:21-23; João 13:21-30).
Depois de cear, Jesus se retirou para o Jardim do Getsêmani (Mateus 26:36-46; Marcos 14:32-42; Lucas 22:40-46) onde orou intensamente e em agonia, mas ao mesmo tempo submetendo-se à vontade do Pai. Por isso, não ofereceu resistência quando o prenderam.
Conduzido perante as autoridades, Jesus foi interrogado (Mateus 27:1-2; Marcos 15:1; Lucas 23:1; João 18:28; Lucas 23:7-12) e considerado inocente por Pilatos. No entanto, seus opositores zombavam dele e instigavam a multidão a clamar por sua crucificação. Pilatos, então, o entregou para ser crucificado. Ele foi pregado em uma cruz, suportando zombarias, açoites e humilhações, mas ainda encontrou espaço em seu coração para demonstrar compaixão pelo criminoso arrependido crucificado ao seu lado (Lucas 23:39-43). Jesus também mostrou sensibilidade para com sua mãe (João 19:25-27), rogou ao Pai pelo perdão daqueles que o crucificavam (Lucas 23:34) e, com um grito angustiante, entregou seu espírito (Marcos 15:37). Nesse instante, ocorreram trevas e um terremoto, como se a própria natureza reconhecesse a importância daquele momento. O véu do templo de Jerusalém se rasgou ao meio, simbolizando o fim da separação entre Deus e a humanidade, permitindo a todos acesso direto ao Pai. A morte de Jesus inaugurou o caminho para que todos pudessem se aproximar livremente de Deus e adorá-lo. Ele pagou o preço por nossos pecados e nos reconciliou com o Pai.
O corpo de Jesus foi sepultado em um túmulo emprestado (Mateus 27:57-60; João 19:39), e após três dias, o túmulo foi encontrado vazio (João 20:2-10). Assim se cumpriu a Escritura: Jesus ressuscitou. Seu aparecimento aos discípulos provocou dúvida (João 20:24-29) e admiração.