Grande despertador
(1703-1758)
Aos 14 anos, Jonathan Edwards, um estudante em Yale, mergulhou nos escritos do filósofo John Locke com uma paixão avassaladora, “superando a alegria do avarento ao encontrar tesouros recém-descobertos”. Sua alma, jovem e sensível, foi tocada pela revelação da santidade como uma beleza divina arrebatadora aos 17 anos, levando-o a ansiar pela total rendição diante de Deus.
Essa fusão de mente brilhante e fervor espiritual caracterizou toda a vida de Edward. Nascido em East Windsor, Connecticut, Edwards assumiu o púlpito em Northampton, Massachusetts, em 1729, após uma aprendizagem sob seu avô. Lá, seu casamento com Sarah Pierrepont, após quatro anos de cortejo, foi descrito como uma “união incomum”.
Em 1734, suas pregações sobre a justificação pela fé desencadearam um avivamento espiritual em sua paróquia, com dezenas de conversões semanais. Sua habilidade de persuasão vinha não da eloquência teatral, mas de argumentos convincentes e intensidade emocional.
Edwards documentou meticulosamente esses eventos, publicando-os em “Uma Narrativa Fiel da Surpreendente Obra de Deus” (1737). Seus sermões, notavelmente “Justificação pela Fé” (1738), alimentaram o Grande Despertar (1739–1741), onde milhares foram movidos pela pregação de George Whitefield, que foi inspirado pelos escritos de Edwards.
Apesar de sua reputação como um reavivalista emocional, Edwards enfatizou que a verdadeira religião reside nas emoções, não apenas na razão. Seu tratado “Afetos Religiosos” (1746) e “Alguns Pensamentos Sobre o Atual Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra” exploraram profundamente essas questões.
Edwards defendeu a liberdade da vontade humana, argumentando que somente uma visão da natureza divina poderia direcionar nossa vontade para a de Deus. Sua crença na providência divina e na soberania de Deus permeou suas obras, incluindo “Liberdade da Vontade” (1754), uma defesa da soberania divina.
Após ser expulso de sua congregação em 1750, Edwards continuou seu ministério como missionário para nativos americanos em Stockbridge, Massachusetts. Seus escritos teológicos, influenciados pela física newtoniana, refletiam sua profunda devoção e intelecto incomparável.
Em 1758, Edwards foi chamado para ser presidente do College of New Jersey (Princeton), mas morreu pouco depois, aos 55 anos, devido à vacinação contra a varíola. Seu legado, porém, permanece como um dos maiores teólogos da América colonial, uma figura cuja mente brilhante e coração inflamado moldaram profundamente a história religiosa dos Estados Unidos.