Skip to content Skip to footer

Jônatas Goforth

“por meu espírito”
(1859-1936)

Em um memorável dia, no distante ano de 1900, na pitoresca localidade de Changte, situada no coração da vasta China, ocorreu um episódio de grande intensidade. Um diligente mensageiro galopava desenfreadamente, transportando um despacho crucial da augusta imperatriz ao governador local. O teor urgente do missivo ordenava medidas drásticas: a erradicação imediata de todos os estrangeiros. Numa carnificina hedionda que se seguiu, Jônatas Goforth, acompanhado por sua esposa e prole, se viu sitiado por uma multidão de Boxers, determinados a ceifar suas vidas.

Ao tombar ao solo sob o impacto de um golpe brutal que quase lhe esfacelou o crânio, o patriarca da família ouviu uma voz sussurrar-lhe: “Não temas! Teus irmãos estão intercedendo por ti.” Antes de perder a consciência, testemunhou a chegada vertiginosa de um cavalo que parecia prestes a trucidá-lo. Ao recobrar os sentidos, deparou-se com o cavalo prostrado a seu lado, debatendo-se freneticamente, obrigando os agressores a abandonarem sua intenção de assassinar o missionário. Foi então que ele reconheceu a maravilhosa e constante proteção da mão divina durante o massacre dos boxers, no qual inúmeros crentes perderam a vida. Jônatas Goforth e sua família foram preservados de inúmeras situações angustiantes no meio da turba rebelada, até que, após vinte dias, finalmente alcançaram a salvação nas costas do país.

Rosalind e Jônatas Goforth ocultavam suas existências em Cristo, mergulhados na fé e no serviço ao Altíssimo. Descreviam sua conduta nos seguintes termos: “Não é apenas impróprio, mas também pecaminoso, apropriar para si a glória que pertence a Deus, pois Ele declara: ‘A minha glória não a darei a outrem’.”

Desde tenra idade, Jônatas Goforth adotou como lema de vida as palavras do profeta Zacarias 4.6: “Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.”

Um confidente próximo deixou registrado: “Acima de tudo, Jônatas Goforth era um ganhador de almas. Foi essa a razão que o impeliu a se tornar missionário no exterior; nenhum outro interesse, atividade ou ministério o atraía. Com o fervor do amor divino em seu coração, manifestava um entusiasmo irresistível e uma energia incansável. Nada podia deter seus esforços dinâmicos na obra para a qual Deus o chamara. Isso era verdade tanto aos setenta e sete anos quanto aos cinquenta e sete. Mesmo após perder a visão nos últimos três anos de sua vida, seus esforços não diminuíram – pareciam até ter aumentado.”

Ele próprio descreveu como os alicerces de sua dedicação incansável ao serviço do Senhor foram lançados desde cedo: “Minha mãe, enquanto éramos crianças, dedicava-se incessantemente a nos instruir nas Escrituras e a orar conosco. Um dos fatores que mais influenciaram minha vida foi quando ela me pedia para ler os Salmos em voz alta para ela. Com apenas cinco anos, comecei esse exercício e logo o achei fácil. Com o tempo, adquiri o hábito de memorizar as Escrituras, algo que prossegui fazendo com grande proveito.”

É comum que a leitura das Escrituras e a oração se tornem formalidades monótonas. No entanto, o semblante de Jônatas Goforth irradiava a glória das Escrituras que ele absorvia. Após sua partida, uma serviçal católica romana declarou: “Quando o Sr. Goforth estava hospedado na casa onde trabalho, eu observava seu rosto e pensava: ‘O rosto de Deus poderia ser assim!'”

Sobre a conversão de seu pai, Jônatas escreveu: “Na época da minha conversão, eu morava com meu irmão Guilherme. Nossos pais nos visitaram por cerca de um mês. Havia um tempo em que o Senhor me guiou para iniciar um culto doméstico. Assim, um dia, anunciei: ‘Teremos culto doméstico hoje e peço que todos se reúnam após o jantar’. Esperava que meu pai se opusesse, pois em nossa casa não costumávamos agradecer antes das refeições, quanto mais realizar cultos domésticos! Li um capítulo de Isaías e, após algumas palavras, oramos juntos de joelhos. Continuamos com os cultos domésticos enquanto eu estava em casa. Alguns meses depois, meu pai foi salvo.”

Jônatas Goforth, ainda jovem e estudante, aspirava a ser advogado até que um dia leu a inspiradora biografia do pregador Roberto McCheyne. Ali, desvaneceram-se para sempre suas ambições terrenas, dedicando-se inteiramente a guiar almas ao Salvador. “Devorou” obras como os Discursos e Sermões de Spurgeon, Graça Abundante de Bunyan e O Descanso dos Santos de Baxter. A Bíblia, no entanto, era sua leitura predileta, e ele costumava despertar duas horas mais cedo para estudá-la antes de qualquer outra atividade do dia.

Sobre sua convicção vocacional na época, ele escreveu: “Apesar de sentir-me chamado para o ministério da Palavra, recusava categoricamente ser missionário no exterior. No entanto, um colega me convidou para ouvir um missionário que fez o seguinte apelo: ‘Há dois anos, tenho viajado de cidade em cidade relatando a situação em Formosa e rogando que algum jovem se ofereça para me ajudar. No entanto, parece que não encontrei um único interessado. Voltarei, então, sozinho. Em breve, meus ossos estarão branqueando numa colina em Formosa. Parte-me o coração saber que nenhum jovem se sente chamado a continuar o trabalho que iniciei.’

“Ao ouvir essas palavras, fui vencido pela vergonha. Se o chão se abrisse sob

mim, teria sido um alívio. Eu, resgatado pelo precioso sangue de Cristo, ousava projetar minha vida conforme meu próprio desejo. Então, ouvi a voz do Senhor perguntar: ‘A quem enviarei, e quem há de ir por nós?’ E respondi: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim!’ Desde então, tornei-me missionário. Devorei avidamente tudo o que pude encontrar sobre missões no exterior e esforcei-me para compartilhar com outros a visão que havia alcançado – a visão dos milhões de almas na terra sem a oportunidade de ouvir um pregador.”

Chegou o momento de iniciar seus estudos em Toronto. No primeiro domingo, ele se dedicou ao trabalho entre os prisioneiros da prisão “Don”, um hábito que manteve ao longo de todos os anos de estudo na cidade. Durante a semana, dedicava muito tempo a visitar lares e ganhar almas para Cristo. Quando o diretor da escola onde estudava lhe perguntou quantas casas ele havia visitado durante os meses de junho a agosto, ele respondeu: “Novecentas e sessenta.”

Foi durante seus estudos que Jônatas Goforth se uniu em matrimônio a Rosalind Bell-Smith. Sobre esse momento, ela escreveu:

“Comecei, aos vinte anos, a orar pedindo que, se fosse da vontade do Senhor, Ele me apresentasse um jovem inteiramente dedicado a Ele e ao Seu serviço… Certa vez, encontrei-me em uma reunião de obreiros da União Missionária de Toronto. Pouco antes de começar a reunião, alguém chamou Jônatas Goforth à porta. Ao levantar-se para atender ao chamado, ele deixou sua Bíblia na cadeira. Então, algo inexplicável me impulsionou a ir até sua cadeira, pegar sua Bíblia e retornar à minha. Ao folhear rapidamente o livro, notei que estava quase desgastado pelo uso, marcado de capa a capa. Fechei-o e o devolvi à cadeira. Tudo isso ocorreu em questão de segundos. Sentada ali, durante o culto, disse a mim mesma: ‘Este é o jovem com quem seria bom que eu me casasse’.”

No mesmo dia, fui designada, juntamente com outros, para estabelecer um ponto de pregação em outra área de Toronto. Jônatas Goforth também estava entre nós. Durante as semanas seguintes, tive muitas oportunidades de testemunhar a verdadeira grandeza de sua alma, que nem mesmo sua aparência modesta conseguia ocultar. Então, quando ele me perguntou: “Estarias disposta a unir tua vida à minha para irmos à China?” Sem hesitar por um momento, respondi: “Sim!” Contudo, alguns dias depois, fui surpreendida quando ele me questionou: “Prometes nunca me impedir de priorizar o Senhor e Sua obra, mesmo antes de ti?” Era exatamente a qualidade de homem pela qual eu havia orado para que Deus me desse como marido, e respondi com firmeza: “Prometo fazê-lo sempre!” Oh, quão bondoso foi o Mestre ao me esconder o verdadeiro significado dessa promessa!

Poucos dias após fazer essa promessa, veio o primeiro teste. Como toda mulher, eu sonhava com o belo anel de casamento que receberia. Foi então que Jônatas me disse: “Não te importarias se eu não comprasse um anel?” Em seguida, explicou com grande entusiasmo como estava se esforçando na distribuição de livros e folhetos sobre o trabalho na China, buscando economizar o máximo possível para essa nobre obra. Ao ouvi-lo e ao contemplar a luz em seu rosto, as visões de um anel bonito se dissiparam: Foi minha primeira lição sobre os verdadeiros valores!

Em 19 de janeiro de 1888, centenas de fiéis se reuniram na estação de Toronto para se despedirem do casal Goforth, que partia para a obra de Deus na China. Antes da partida do trem, todos se inclinaram em oração, e ao deixar a estação, a multidão entoava: “Avante, soldados de Cristo!” Enquanto o trem partia, ambos, dentro dele, suplicaram a Deus que os guardasse para serem dignos eternamente da grande confiança depositada neles por seus irmãos.

Não muito tempo após chegarem à China, Hudson Taylor escreveu-lhes: “Há dez anos, nossa missão tem lutado para entrar no sul da província e só agora conseguimos…” Se a China Inland Mission, com missionários e assistentes experientes na língua e costumes locais, falhou por uma década nessa província, como poderia ele, um jovem inexperiente e sem conhecimento do idioma, ter sucesso? As palavras de Hudson Taylor, “avançar de joelhos”, tornaram-se o lema da missão de Goforth para alcançar o norte de Honã.

Jônatas Goforth levou mais tempo para aprender o idioma do que seu colega que chegou um ano após ele. Certa vez, saindo para pregar, em profunda angústia, disse à sua esposa: “Se o Senhor não realizar um milagre para que eu aprenda essa língua, serei um fracasso como missionário!” Duas horas depois, voltou, exclamando: “Oh, Rosa! Que maravilha! Ao começar a pregar, as palavras e frases fluíram tão facilmente que o povo me compreendeu perfeitamente.” Dois meses depois, receberam uma carta dos estudantes do colégio Knox, em Toronto, descrevendo como, em certo dia e hora, se reuniram para orar por eles – “Somente pelos Goforth” – e estavam convencidos de que foram abençoados por Deus, pois sentiram fortemente Sua presença e poder na oração. Ao conferir seu diário, Goforth descobriu que foi no mesmo dia e hora que Deus lhe concedeu a habilidade de falar fluentemente. Alguns anos mais tarde, um compatriota que falava bem o chinês comentou sobre seu estilo de fala: “Sua mensagem é compreendida por uma área maior do que a de qualquer outra pessoa que conheço.”

Um missionário veterano aconselhou Goforth: “Os chineses têm tantos preconceitos contra o nome de Jesus que você deve se esforçar para demolir os ídolos falsos e só então mencionar o nome de Jesus, se houver oportunidade.” Ao compartilhar isso com sua esposa, Goforth exclamou indignado: “Nunca! Nunca! NUNCA!” Nunca subiu ao púlpito sem ter a Bíblia aberta em suas mãos.

Em 1896, ele escreveu: “Após chegar a Changté, há cinco meses, o poder do Espírito Santo tem se manifestado quase diariamente para nos alegrar. Durante esses meses, mais de 25.000 homens e mulheres nos visitaram em casa, todos ouvindo a pregação do Evangelho. Pregamos em média oito horas por dia. Às vezes, mais de cinquenta mulheres se reuniam no terraço de uma vez (ele pregava aos homens enquanto sua esposa pregava às mulheres). Quase sempre que apresentamos Cristo como Redentor e Salvador, o Espírito Santo salva alguém, e às vezes de dez a vinte pessoas.”

Entretanto, não se deve imaginar que esses missionários escaparam de grandes tribulações. Pouco depois de chegarem à China, um incêndio consumiu todos os seus bens materiais. O calor do verão era tão intenso que sua primogênita, Gertrude, faleceu, e foi necessário levá-la a uma distância de 75 quilômetros para ser enterrada em um local designado para estrangeiros. Quando outro filho, Donald, faleceu, novamente foi necessário percorrer a mesma longa jornada de 75 quilômetros com seus restos mortais. Após doze anos na China, perderam novamente tudo o que tinham em

sua casa durante uma inundação que chegou a dois metros dentro da residência.

Em 1900, logo após a morte de sua filha Florença por meningite, ocorreu a insurreição dos Boxers, como já mencionado. Durante esse levante, centenas de missionários e crentes foram brutalmente assassinados. Somente pela mão de Deus foram guiados e sustentados na fuga de Changté – uma jornada de 1.500 quilômetros em meio a um calor intenso e doenças, inclusive com um dos filhos enfermo. Frequentemente cercados por multidões clamando “Matai-os! Matai-os!”, eles escaparam ileso, embora em uma ocasião uma pedra tão grande tenha quebrado a espinha dos cavalos que puxavam a carroça, mas todos no grupo sobreviveram. Goforth recebeu vários golpes de espada, um dos quais atingiu seu braço esquerdo, quase quebrando-o quando o levantou para proteger a cabeça. Apesar de seu capacete ter sido quase inteiramente cortado em pedaços, ele permaneceu de pé até ser atingido por um golpe que quase rachou seu crânio. No entanto, Deus não permitiu que a mão dos homens os destruísse, pois ainda tinha uma grande obra para realizar na China por meio desses servos. Assim, feridos e com as roupas ensanguentadas, eles enfrentaram as multidões furiosas dia após dia até chegar a Shanghai, de onde a família embarcou em um navio para o Canadá.

Assim que o perigo na China diminuiu, os incansáveis heróis voltaram ao trabalho em Changté. A região foi dividida em três partes, e a área designada a Goforth foi o vasto território ao norte da cidade, composto por inúmeras vilas e povoados.

O plano de Goforth era alugar uma casa em um centro importante, passar um mês evangelizando e depois mudar-se para outro centro. Sua esposa pregaria no pátio da casa durante o dia, enquanto ele e seus auxiliares pregavam nas ruas e vilarejos ao redor. À noite, realizavam cultos juntos, com ela tocando o harmonium. Ao final do mês, deixariam um dos auxiliares para ensinar os novos convertidos, enquanto o grupo se mudaria para outro centro. Sobre esse plano, a esposa de Goforth escreveu:

“De fato, o plano foi bem concebido, a não ser uma coi­sa: não se lembrou das crianças… Recordo-me de como os meninos com varíola, em Hopei, me cercaram quando segurava a criança no colo. Recordo-me das quatro covas de nossos pequeninos, e endureci o coração, como pederneira, contra o plano. Como meu marido suplicava dia após dia! ‘Rosa, por certo o plano é de Deus e receio o que possa acontecer aos filhos se desobedecermos. O lugar mais seguro para ti e os filhos é no caminho da obediência. Pensas em guardar os filhos seguros em casa, mas Deus pode mostrar-te que não podes. Contudo, Ele guardará os filhos se obedeceres confiando nele!’ Não muito depois, Wallace caiu doente de disenteria asiática e por quinze dias luta­mos para salvar a criança; meu marido me disse: ‘Oh! Ro­sa, cede a Deus, antes de perder tudo.’ Mas parecia-me que Jônatas era duro e cruel. Então nossa filha Constância caiu enferma da mesma doença. Deus revelou-se a mim como um Pai em quem eu podia confiar para conservar os meus filhos. Baixei a cabeça e disse: ‘Ó Deus, é tarde de­mais para a Constância, mas confio em ti, guarda os meus filhos. Irei aonde quer que me mandes.’ Na tarde do dia em que a criança faleceu, mandei chamar a senhora Wang, uma crente fervorosa e amada e lhe disse: ‘Não posso con­tar-lhe tudo agora, mas estou resolvida a acompanhar meu marido nas viagens de evangelização. Quer ir comigo?’ Com lágrimas nos olhos, ela respondeu: ‘Não posso, pois a menina pode adoecer sob tais condições.’ Não querendo in­sistir, pedi que ela orasse e me respondesse depois. No dia seguinte ela voltou com os olhos cheios de lágrimas e, com um sorriso, disse: ‘Irei com vocês’.”

É notável que nenhum filho dos Goforth tenha falecido na China, apesar dos muitos anos de vida nômade na evangelização. Goforth manteve firmemente seu hábito de levantar-se às 5 horas para oração e estudo das Escrituras, como fazia em sua casa em Chantgé. Geralmente, para o estudo, tinha que ficar em pé diante da janela, com as costas viradas para a família. Sobre a obra em Chantgé, Goforth expressou: “Nos primeiros anos de meu trabalho na China, contentava-me com a lembrança de que sempre há semen­teira antes da colheita. Mas já passavam mais de treze anos e a colheita parecia ainda distante. Tinha a certeza de que haveria uma coisa melhor para mim se eu tivesse a visão e a fé necessárias para adquiri-la. Estavam constan­temente perante mim as palavras do Mestre em João 14.12: ‘Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maio­res do que estas; porque eu vou para meu Pai.’ E sentia profundamente como no meu ministério faltavam as ‘maiores obras’.”

Em 1905, Jônatas Goforth leu na Autobiografia de Carlos Finney que um lavrador podia, com razão, orar pedindo uma colheita material independentemente de se cumprirem as leis da natureza, assim como os crentes podem esperar uma grande colheita de almas sem se cum­prirem as leis que governam a colheita espiritual. Resolveu então saber quais eram essas leis e decidiu-se a cumpri-las, a qualquer preço.

Fez um estudo aprofundado e de joelhos, sobre o Espírito Santo e escreveu as notas nas margens da sua Bíblia chinesa. Quando começou a ensinar essas lições aos crentes, houve grande quebrantamento, com confissão de pecados. Foi na grande exposição idólatra de Hsun Hsien que Deus primeiramente mostrou seu grande poder no ministério de Goforth. Durante o sermão, um obreiro exclamou em voz baixa: “Esse povo está tão comovido, pela pregação, como a multidão no dia de Pentecoste, pelo sermão de Pedro”. Na noite do mesmo dia, num salão alugado e que não com­portava toda a grande multidão pagã que queria assistir, Goforth pregou sobre o texto: “Levando Ele em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro”. Quase todos mostra­ram-se convictos do pecado e quando o pregador fez o ape­lo, levantaram-se clamando: “Queremos seguir a esse Je­sus que morreu por nós!” Um dos obreiros presentes assim expressou o que viu: “Irmão, aquele a quem oramos duran­te tanto tempo para que viesse, veio de fato esta noite.” Nos dias que se seguiram, pecadores foram salvos em todos os pontos de pregação e em todos os cultos.

Acerca do avivamento, que nesse tempo visitou a Co­réia, um dos missionários escreveu sobre o que presenciou: “Os missionários eram como os demais crentes: não havia alguém entre eles de talento extraordinário. Viviam e tra­balhavam como quaisquer outros, a não ser nas orações… Nunca senti a presença divina como a senti nos seus rogos a Deus. Parecia que esses missionários nos levavam ao pró­prio trono no Céu! Fiquei muito impressionada, também, ao ver como o avivamento era prático… Havia dezenas de milhares de homens e mulheres transformados completa­mente pelo fogo divino. Grandes templos, com assentos para 1.500 pessoas, ficavam superlotados; era necessário realizar um culto para os homens e, em seguida, outro para as mulheres, a fim de que todos pudessem assistir. Em to­dos ardia o desejo de espalhar as ‘boas-novas’.

A história dos Goforth é marcada por uma entrega total ao serviço missionário na China e Manchúria, revelando o poder do Espírito Santo em meio a desafios e adversidades. Suas vidas são testemunho do poder transformador do Evangelho e da fé inabalável na provisão divina. Ao longo de suas jornadas, enfrentaram doenças, perseguições e dificuldades financeiras, mas mantiveram-se firmes em sua missão de proclamar o Evangelho.

O impacto de seu trabalho foi profundo, resultando em milhares de conversões e avivamentos que ecoaram por toda a região. Seus esforços incansáveis, aliados à confiança na orientação divina, inspiraram gerações de missionários e crentes ao redor do mundo.

Mesmo diante da cegueira e das limitações físicas, Jônatas Goforth continuou a proclamar a Palavra de Deus, confiando no poder do Espírito Santo para alcançar corações e transformar vidas. Sua esposa, Rosalind Goforth, também desempenhou um papel fundamental em seu ministério, demonstrando uma fé inabalável e uma devoção ardente a Deus.

O legado dos Goforth é um lembrete poderoso do impacto que um indivíduo comprometido com Deus pode ter no mundo. Sua história nos desafia a buscar uma vida de serviço e dedicação ao Reino de Deus, confiando no poder do Espírito Santo para realizar grandes obras através de nós. Que possamos seguir seu exemplo, vivendo uma vida de fé, oração e total dependência de Deus.